quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Ninguem é insubstituível.
Será mesmo que você é substituível?
Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua
equipe de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça:
"ninguém é insubstituível".
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio.
Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar
nada. De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar
o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E o Beethoven?
- Como? - encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu o
Beethoven?
Silêncio.
Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e
achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no
fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da
organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.
Quem substitui Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra?
Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles?
Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Albert Einstein? Picasso? Zico?
Todos esses talentos marcaram a História fazendo o que gostam e o que
sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são
sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para
alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem seus
conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua
equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia
em reparar 'seus gaps'.
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era
instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis obsessivo... O
que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte,
discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus
talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar
seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar
o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se seu gerente/coordenador, ainda está focado em 'melhorar as fraquezas´
de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria
Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas
na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bündchen por ter nariz
grande. E na gestão dele o mundo teria perdido todos esses talentos.
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