quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A cor do luto



















Em diversos países varia a cor do luto: Na China, o azul escuro. Na Síria, o azul celeste, cor do Céu, para onde se deseja que os mortos vão. Na Etiópia, o cinza, cor em que se convertem os cadáveres. Na Índia, o vermelho, que é a cor do fogo, que consome os corpos. No Egito, a cor da folha seca, que representa o fim da vida, pois essa é a cor das plantas, quando morrem.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Dança do ventre



DANÇA COM BASTÃO OU BENGALA (RAKS EL ASSAYA)
Também conhecida como Dança do Bastão ou da Bengala, o Raks EI Assaya seria uma versão feminina para a dança Tahtib. Os movimentos na versão feminina são graciosos, delicados, onde as mulheres apenas manejam o bastão demonstrando suas habilidades com o objeto, usando-o também como uma “moldura” para mostrar o corpo durante a execução de seus movimentos.

DANÇA COM CANDELABRO (RAKS ELSHEMADAN)
Raks AI Shemadan é o nome egípcio para o que conhecemos como a Dança do Candelabro. Muito comum em festas de casamento ou aniversário, até hoje serve para celebrar a vida e a união entre as pessoas. Durante as comemorações de um casamento, por exemplo, a dançarina e suas velas simbolizam a luz que irá abrir e iluminar o caminho do novo casal. Muito comum no Egito, essa dança pode ter alguma relação com as tradições judaicas, que também tem o castiçal em sua simbologia. A proximidade dos países do Oriente Médio pode facilitar que traços culturais de povos diferentes se misturem, criando manifestações folclóricas cujas origens se tornem esquecidas no tempo, ou tenham explicações baseadas em “versões”.

DANÇA COM DERBAKE
Derbake é um instrumento de percussão. Enquanto o músico executa o solo desse instrumento, a bailarina acompanha as batidas da percussão com o corpo. O elemento coreográfico típico das danças para o Solo de Derbake é o shimie, acompanhado de movimentos de batida (solares e lunares).


DANÇA COM CIMITARRA (ESPADA)
Dança com várias versões para sua origem. A primeira seria que esta dança seria para homenagear a deusa Neit, mãe de Ra (deusa da guerra) que destruía os inimigos e abria os caminhos. Uma segunda versão conta que a dança com a cimitarra surgiu das tabernas ou casas de prostituição. Os soldados após um dia de luta, iriam descansar nesses lugares e as mulheres da casa pegavam suas espadas e dançavam, para sua diversão. Na terceira versão, deriva do Arjã, dança milenar que só era executada por homens, geralmente os velhos das aldeias, e simbolizava a vitória sobre os inimigos e a conquista de territórios. Com o passar do tempo, as mulheres incorporaram a cimitarra, espécie de espada com a ponta recurvada, às suas danças.


DANÇA COM DAFF (PANDEIRO)
O daff é um pandeiro árabe, que tem o som um pouco diferente do nosso pandeiro. Por ser pequeno e fácil de lidar, pode ser usado pela bailarina, assim como os snujs, para acompanhar a música. Os ritmos mais rápidos são perfeitos para serem acompanhadas pelas batidas do pandeiro no corpo da bailarina. As danças com instrumentos são sempre muito alegres e festivas.


DANÇA COM PUNHAL
Versão da dança com cimitarra. Quase nada se sabe sobre sua origem, mas alguns acreditam que, para os egípcios, era uma homenagem à Deusa Selkis, que simbolizava a morte e a transformação. Numa segunda versão, essa dança era realizada pela odalisca predileta do Sultão. Para mostrar seu poder às outras mulheres do Harém, ela tomava do Sultão seu punhal e dançava diante de todos. Com isso, ficava provado que ele tinha total confiança nela.


DANÇA COM SERPENTE
Essa dança tem em sua formação original a utilização de uma serpente de metal (muitas vezes de ouro), já que este animal era considerado sagrado e símbolo da sabedoria. Atualmente vê-se algumas dançarinas utilizando cobras de verdade para dar mais destaque à sua sensualidade e coragem. A presença da serpente, por ser considerada sagrada, era representada através dos adornos utilizados e pelo movimento do corpo.

DANÇA COM SNUJS
Snuj é um instrumento rítmico que serve, quando tocado pela bailarina, para acompanhar o ritmo da música e as batidas de sua dança. Os snujs, ou címbalos, são 4 pratilhos de metal presos nos polegares e dedos médios de ambas as mãos, que devem ser tocados leve e rapidamente, fazendo com que o som seja próximo ao de sinos de igreja. Pode ser tocado livremente, seguindo a música dançada, ou dentro da notação específica do ritmo em questão.


DANÇA COM TAÇAS
Também conhecida como Dança das Taças, deriva da Raks AI Shemadan. A bailarina dança com taças (ou pequenos castiçais) com velas, nas mãos. Durante a dança, as taças são equilibradas em partes do corpo da bailarina, como coxas, barriga, etc. Tem a mesma simbologia que a dança com o castiçal, sendo comumente vista em casamentos, batizados e aniversários, servindo para iluminar os caminhos dos homenageados. Esta versão não é considerada folclórica pelos povos do Oriente.


DANÇA COM VÉUS
O véu está presente em várias passagens de textos que falam sobre a dança dos povos do antigo Egito, por isso é previsível que este seja muito usado pelas bailarinas na atualidade. Quando se fala sobre a importância e o significado do véu, devemos lembrar que os movimentos na Dança do Ventre estão relacionados aos animais, às plantas, aos símbolos da mitologia egípcia e aos quatro elementos da natureza. Portanto, podemos relacionar o véu com o elemento ar (com os ventos que sopram do deserto). A dança dos sete véus tem sua origem bastante especulada: já foi associada à passagem bíblica onde Salomé pede a cabeça de João Batista. Atualmente, é muito comum ver a dança ser vinculada aos sete chakras corporais, onde cada véu teria a cor de um dos chakras, simbolizando sua transformação.

sábado, 7 de novembro de 2009



















Tens o leque desdobrado
Sem que estejas a abanar.
Amor que pensa e que pensa
Começa ou vai acabar.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A linguagem do leque
















Linguagem do leque, adaptada aos tempos modernos do século XXI.


Entregar o leque à mãe -Acabou-se

Colocar o leque atrás da cabeça, com o dedo estendido, tocando o cabelo - Adeus

Dar um golpe com o leque fechado na mão esquerda - Ame-me


Dar voltas com o leque na frente do rosto com a mão esquerda - Amo a outro


Cobrir os olhos com o leque aberto -Amo você


Olhar os desenhos do leque -Amo muito você


Abanar-se rapidamente -Amo você intensamente


Andar com o leque conduzindo-o aberto na mão esquerda. - Aproxime-se

Cobrir o rosto com o leque - Cuidado, nos observam

Fechar o leque tocando os olhos - Cuidado, posso te ver

Abrir e fechar rapidamente - Cuidado, sou comprometida

Manter o leque aberto logo abaixo dos olhos - Desculpe

Contar ou abrir um certo número de varetas - Dizer a que horas é o encontro

Abrir totalmente o leque - Espere por mim


As duas mãos juntas segurando o leque aberto - Esqueça-me

Abanar-se com o leque lentamente - Estou casada


Abanar-se com o leque rapidamente - Estou comprometida


Tocar a palma da mão com o leque - Estou pensando em você, ou Amo você


Estar em uma varanda, ou andar pela sala, ao entrar, abrindo e fechando o leque

Estar em uma varanda, ou andar pela sala, ao entrar, abanando-se com o leque - Hoje saio

Abrir o leque e mostrá-lo - Me espere

Segurar o leque aberto com as duas mãos - Me esqueça

Apoiar o leque no lado esquerdo do rosto - Não

Apoiar o leque nos lábios - Não confio em você

Dar voltas com o leque com a mão esquerda - Não estão vendo

Girar o leque com a mão direita - Não gosto de você

Colocar o leque atrás da cabeça, fechado, tocando o cabelo - Não me esqueça

Cobrir a orelha esquerda com o leque aberto - Não revele nosso segredo
Movimentar o leque ameaçadoramente - Não seja imprudente

Movimentar o leque entre as mãos - Odeio você

Tocar os cabelos levantando-os com o leque - Penso em você
Apoiar o leque meio aberto sobre os lábios - Pode me beijar


Abaixar o leque à altura do peito - Podemos ser amigos

Tocar o leque aberto com a ponta dos dedos - Preciso falar com você


Fechar um leque lentamente - Prometo casar com você


Tocar com o dedo na parte mais alta do leque - Quero falar com você

Leque aberto no colo - Quando nos veremos?


Fechar o leque tocando o olho direito - Quando poderei ver você?


Abaixar o leque - Seremos amigos


Cobrir o rosto com o leque aberto - Siga-me quando eu sair


Fechar o leque lentamente - Sim

Bater com o leque em um objeto - Sinal de impaciência

Deixar cair o leque - Sou sua


Usar o leque aberto na mão esquerda - Vamos conversar

Abrir e fechar o leque várias vezes - Você é cruel

Usar o leque para proteger-se do sol - Você é feio. Não gosto de você

Usar o leque aberto na mão direita - Você é muito ardente

Passar o leque de uma mão para outra - Você está flertando com outra ou Você é um atrevido

Entregar o leque fechado - Você me ama?

Mover o leque diante de si mesma - Você mudou


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Minha pequena coleção de leques!







































































































































































Esopo e a língua






















Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um
conhecido chefe militar da antiga Grécia.

Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os
males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar sua opinião
sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:

Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude
da Terra está à venda no mercado.

Como? Perguntou o amo surpreso. Tens certeza do que está falando?
Como podes afirmar tal coisa?

Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá
e trarei a maior virtude da Terra.

Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos
voltou carregando um pequeno embrulho.

Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua,
e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para explicar-se.

-- Meu amo, não vos enganei, retrucou Esopo. -- A língua é, realmente,
a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer,
aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são
divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos
poetas se tornam conhecidas de todos.
Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?

-- Boa, meu caro, retrucou o amigo do amo. Já que és desembaraçado,
que tal trazer-me agora o pior vício do mundo.

-- É perfeitamente possível, senhor, e com nova autorização
de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei
o pior vício de toda terra.

Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos
voltava com outro pacote semelhante ao primeiro.

Ao abri-lo, os amigos encontraram novamente pedaços de língua.
Desapontados, interrogaram o escravo e obtiveram dele
surpreendente resposta:

Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua,
bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a
planos inferiores se transforma no pior dos vícios.
Através dela tecem -se as intrigas e as violências verbais.

Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas,
podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões
infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões
populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis
refutar o que digo? -- Indagou Esopo.

Impressionados com a inteligência invulgar do serviçal, ambos os
senhores calaram-se, comovidos, e o velho chefe, no mesmo instante,
reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo,
deu-lhe a liberdade.

Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de
fábulas muito conhecido da antigüidade e cujas histórias até hoje se
espalham por todo mundo.

Esopo