Em diversos países varia a cor do luto: Na China, o azul escuro. Na Síria, o azul celeste, cor do Céu, para onde se deseja que os mortos vão. Na Etiópia, o cinza, cor em que se convertem os cadáveres. Na Índia, o vermelho, que é a cor do fogo, que consome os corpos. No Egito, a cor da folha seca, que representa o fim da vida, pois essa é a cor das plantas, quando morrem.
DANÇA COM BASTÃO OU BENGALA (RAKS EL ASSAYA) Também conhecida como Dança do Bastão ou da Bengala, o Raks EI Assaya seria uma versão feminina para a dança Tahtib. Os movimentos na versão feminina são graciosos, delicados, onde as mulheres apenas manejam o bastão demonstrando suas habilidades com o objeto, usando-o também como uma “moldura” para mostrar o corpo durante a execução de seus movimentos.
DANÇA COM CANDELABRO (RAKS ELSHEMADAN) Raks AI Shemadan é o nome egípcio para o que conhecemos como a Dança do Candelabro. Muito comum em festas de casamento ou aniversário, até hoje serve para celebrar a vida e a união entre as pessoas. Durante as comemorações de um casamento, por exemplo, a dançarina e suas velas simbolizam a luz que irá abrir e iluminar o caminho do novo casal. Muito comum no Egito, essa dança pode ter alguma relação com as tradições judaicas, que também tem o castiçal em sua simbologia. A proximidade dos países do Oriente Médio pode facilitar que traços culturais de povos diferentes se misturem, criando manifestações folclóricas cujas origens se tornem esquecidas no tempo, ou tenham explicações baseadas em “versões”.
DANÇA COM DERBAKE Derbake é um instrumento de percussão. Enquanto o músico executa o solo desse instrumento, a bailarina acompanha as batidas da percussão com o corpo. O elemento coreográfico típico das danças para o Solo de Derbake é o shimie, acompanhado de movimentos de batida (solares e lunares).
DANÇA COM CIMITARRA (ESPADA) Dança com várias versões para sua origem. A primeira seria que esta dança seria para homenagear a deusa Neit, mãe de Ra (deusa da guerra) que destruía os inimigos e abria os caminhos. Uma segunda versão conta que a dança com a cimitarra surgiu das tabernas ou casas de prostituição. Os soldados após um dia de luta, iriam descansar nesses lugares e as mulheres da casa pegavam suas espadas e dançavam, para sua diversão. Na terceira versão, deriva do Arjã, dança milenar que só era executada por homens, geralmente os velhos das aldeias, e simbolizava a vitória sobre os inimigos e a conquista de territórios. Com o passar do tempo, as mulheres incorporaram a cimitarra, espécie de espada com a ponta recurvada, às suas danças.
DANÇA COM DAFF (PANDEIRO) O daff é um pandeiro árabe, que tem o som um pouco diferente do nosso pandeiro. Por ser pequeno e fácil de lidar, pode ser usado pela bailarina, assim como os snujs, para acompanhar a música. Os ritmos mais rápidos são perfeitos para serem acompanhadas pelas batidas do pandeiro no corpo da bailarina. As danças com instrumentos são sempre muito alegres e festivas.
DANÇA COM PUNHAL Versão da dança com cimitarra. Quase nada se sabe sobre sua origem, mas alguns acreditam que, para os egípcios, era uma homenagem à Deusa Selkis, que simbolizava a morte e a transformação. Numa segunda versão, essa dança era realizada pela odalisca predileta do Sultão. Para mostrar seu poder às outras mulheres do Harém, ela tomava do Sultão seu punhal e dançava diante de todos. Com isso, ficava provado que ele tinha total confiança nela.
DANÇA COM SERPENTE Essa dança tem em sua formação original a utilização de uma serpente de metal (muitas vezes de ouro), já que este animal era considerado sagrado e símbolo da sabedoria. Atualmente vê-se algumas dançarinas utilizando cobras de verdade para dar mais destaque à sua sensualidade e coragem. A presença da serpente, por ser considerada sagrada, era representada através dos adornos utilizados e pelo movimento do corpo.
DANÇA COM SNUJS Snuj é um instrumento rítmico que serve, quando tocado pela bailarina, para acompanhar o ritmo da música e as batidas de sua dança. Os snujs, ou címbalos, são 4 pratilhos de metal presos nos polegares e dedos médios de ambas as mãos, que devem ser tocados leve e rapidamente, fazendo com que o som seja próximo ao de sinos de igreja. Pode ser tocado livremente, seguindo a música dançada, ou dentro da notação específica do ritmo em questão.
DANÇA COM TAÇAS Também conhecida como Dança das Taças, deriva da Raks AI Shemadan. A bailarina dança com taças (ou pequenos castiçais) com velas, nas mãos. Durante a dança, as taças são equilibradas em partes do corpo da bailarina, como coxas, barriga, etc. Tem a mesma simbologia que a dança com o castiçal, sendo comumente vista em casamentos, batizados e aniversários, servindo para iluminar os caminhos dos homenageados. Esta versão não é considerada folclórica pelos povos do Oriente.
DANÇA COM VÉUS O véu está presente em várias passagens de textos que falam sobre a dança dos povos do antigo Egito, por isso é previsível que este seja muito usado pelas bailarinas na atualidade. Quando se fala sobre a importância e o significado do véu, devemos lembrar que os movimentos na Dança do Ventre estão relacionados aos animais, às plantas, aos símbolos da mitologia egípcia e aos quatro elementos da natureza. Portanto, podemos relacionar o véu com o elemento ar (com os ventos que sopram do deserto). A dança dos sete véus tem sua origem bastante especulada: já foi associada à passagem bíblica onde Salomé pede a cabeça de João Batista. Atualmente, é muito comum ver a dança ser vinculada aos sete chakras corporais, onde cada véu teria a cor de um dos chakras, simbolizando sua transformação.
sábado, 7 de novembro de 2009
Tens o leque desdobrado Sem que estejas a abanar. Amor que pensa e que pensa Começa ou vai acabar.
Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia.
Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:
Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está à venda no mercado.
Como? Perguntou o amo surpreso. Tens certeza do que está falando? Como podes afirmar tal coisa?
Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.
Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos voltou carregando um pequeno embrulho.
Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua, e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para explicar-se.
-- Meu amo, não vos enganei, retrucou Esopo. -- A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos. Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?
-- Boa, meu caro, retrucou o amigo do amo. Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo.
-- É perfeitamente possível, senhor, e com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda terra.
Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote semelhante ao primeiro.
Ao abri-lo, os amigos encontraram novamente pedaços de língua. Desapontados, interrogaram o escravo e obtiveram dele surpreendente resposta:
Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios. Através dela tecem -se as intrigas e as violências verbais.
Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar o que digo? -- Indagou Esopo.
Impressionados com a inteligência invulgar do serviçal, ambos os senhores calaram-se, comovidos, e o velho chefe, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade.
Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da antigüidade e cujas histórias até hoje se espalham por todo mundo.