E aí, passeando pela Internet, encontrei algo que talvez possa ajudar um pouco mais na leitura de tantos livros que existem para serem devorados: OS MANDAMENTOS DA LEITURA. Eu gostei! Olha só:
"Na opinião do escritor Alberto Mussa, o candidato a devorador de livros deve praticar 10 mandamentos para dedicar-se à literatura.
I – Nunca leia por hábito: um livro não é uma escova de dentes. Leia por vício, leia por dependência química. A literatura é a possibilidade de viver vidas múltiplas, em algumas horas. E tem até finalidades práticas: amplia a compreensão do mundo, permite a aquisição de conhecimentos objetivos, aprimora a capacidade de expressão, reduz os batimentos cardíacos, diminui a ansiedade, aumenta a libido.
II – Comece a ler desde cedo, se puder. Ou pelo menos comece. E pelos clássicos, pelos consensuais.
III – Nunca leia sem dicionário. As palavras nunca são escritas por acaso.
IV – Perca menos tempo diante do computador, da televisão, dos jornais e crie um sistema de leitura, estabeleça metas. Se puder ler um livro por mês, dos 16 aos 75 anos, terá lido 720 livros. Se, no mês das férias, em vez de um, puder ler quatro, chegará nos 900. À razão de um por semana, alcançará 3.120. Com a média ideal de três por semana, serão 9.360. É importante escolher bem o que você vai ler.
V – Faça do livro um objeto pessoal, um objeto íntimo. Escreva nele; assinale as frases marcantes, as passagens que o emocionam.
VI – Não se deixe dominar pelo complexo de vira-lata. Leia muito, leia sempre a literatura brasileira.
VII – Prefira a literatura brasileira, mas faça viagens regulares. Das letras européias e da América do Norte vêm a maioria dos nossos grandes mestres. A literatura hispano-americana é simplesmente indispensável.
VIII – Tente evitar a repetição dos mesmos gêneros, dos mesmos temas, dos mesmos estilos, dos mesmos autores. A grande literatura está espalhada por romances, contos, crônicas, poemas e peças de teatro. Nenhum gênero é, em tese, superior a outro. Não se preocupe com o conceito de gênero: história, filosofia, economia, etnologia, memórias, reportagens, auto-ajuda, viagens, etc.
IX – A vida tem outras coisas muito boas. Por isso, não tenha pena de abandonar pelo meio os livros desinteressantes. O leitor experiente desenvolve a capacidade de perceber logo se um livro será bom ou ruim.
X – Forme seu próprio cânone. Se não gostar de um clássico, não se sinta menos inteligente. Não se intimide quando um especialista diz que determinado autor é um gênio e que o livro do gênio é historicamente fundamental. O fato de uma obra ser ou não importante é problema dos críticos e escritores. Não leve nenhum deles a sério; não leve a literatura a sério e faça o seu próprio decálogo: nesse momento, você será um leitor."
Fonte: Revista Entre Livros, edição nº. 27, julho de 2007, págs. 48/49.
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