sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O leque , a rosa e a treliça da ponte






















Das asas de um gesto que voou de um trem noturno
Caíram, ficaram surpresos nas hastes da ponte de ferro,
Uma rosa toda aberta
E um leque, por acaso, em botão.
A rosa se fizera flor num jardim de agosto,
De uma família insigne de rosas,
De uma geração em brasonada cor.
O leque soprara num rosto formoso
Ventos leves e alísios. . .
E também – é possível – um vento precoce ou tardio
E ainda – quem sabe? – um vento ilusivo.
Depois que o trem noturno transcorreu,
Sucederam dias – ardentes
Sucederam noites – geladas
Murchando a rosa, desfolhando o leque
– Mas a ponte de ferro e de preto, no Aberto e no Tempo,
[se mantinha imutável.
Disse o leque: Por que não fechas por um momento sequer
[tuas varetas? Leque impassível!
E a rosa: Por que tuas pétalas não murcham nunca? Rosa de
[ferro

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